quinta-feira, 5 de julho de 2012

Dîn - Parte II: "Ciência no Pote"

Olá (", oh meus irmãos"). Eis que volto a escrever para me aproximar, no mínimo, de terminar o que comecei na notchi do dia 26 de junho - estive sem dirigir-me a vós neste pedaço do cybermundo-imundo por um bom tempo, Druguis. Talvez, porém, a "Parte II" de dîn - isto aqui - seja a sua última.
Primeiro, apesar do dito acima, farei uma desambiguização: Idîn, a coisa, é aquilo de que este texto trata. Idîn, a pessoa, por sua vez, luvêr uma amadíssima drugui. Tão plusdoidîn que recebeu - por atribuição de "vosso humilde narrador" - o ímia do próprio idîn, como videáreis.

De volta ao conceito de Idîn, meus druguis, exponho o seguinte:
-> Buscamos aqui, a construção do conceito puro e claro de Idîn, como algo ibóg, que diferencie-o de outros sentimentos (alegria, tristeza, afeição, carinho, etc.) e de neuroses obsessivas, compulsivas, etc.

-> Partido da concepção dada pelo senso comum, creio que Amor pode ser definido, de forma plusabrangente, como um sentimento de afeição extrema a outro ser, associado ou não à genitalidade, que geralmente envolve um impulso à constituição de um relacionamento entre os humanos, aberto ou fechado, seja de amizade, de aliança perante O Carneiro, ou de qualquer outra denominação; pode ser aquilo que impulsiona um ser a desejar o ibóg de outro (às vezes, tanto quanto deseja o próprio ibóg ou ainda mais); pode ainda ser um sentimento de dependência do ente amado que aparenta, muitas vezes, a própria infindabilidade, ou uma ânsia em unir-se a tal ente amado, um impulso que pode ser considerado incontrolável por tal união. Idîn pode também envolver o desejo intenso de proteger e conservar algo ou alguém.

-> Agora, "filtrarmos" o conceito comum - o do item anterior - retirando dele, argumentadamente, tudo o que for fruto de distorções do ingsoc ou de outras mentiras neuróticas em geral.

a) Quanto ao fato de amor ser um sentimento de afeição extrema a outro ser, digo que, se "afeição" significar "vontade de união", podemos mantê-lo sem destruí-lo, considerando que a união torna cada ser mais forte. É mais difícil lutar contra dois leões do que contra um. É mais sobreviver estando entre cinquenta zebras do que sendo-se uma única zebra isolada. É mais fácil construir uma sociedade com quatro pessoas do que com duas. A união é, ainda, necessária à nossa reprodução (biológica), característica a todos os seres vivos e que creio, por isso, poder ser tomada como legítima. Se, entretanto, essa afeição significar "dependência" ou "compulsão"(uma vontade inescapável), constitui um bloqueio à nossa liberdade: não o queremos para nós. Além disso, creio não é necessária a dependência da união para a concretização plena da mesma: animais, em geral, reproduzem-se, unem-se sem depender um do outro e confio que possamos superar, ainda, o nível intelectual e de liberdade dos não-humanos.

b) Quanto à associação a genitalidade, Druguis, digo-vos que, na maioria dos casos, o que leva dois seres de sexos opostos, ou até os de mesmo sexo, a suprimirem de sua relação genital, é o bloqueio neurótico: O Carneiro não permite tal união. Seja através da imposição da monogamia, da "pureza" - e sinto vontade de cuspir, agora, ao ver como insinuam que mentir seja puro - ou de qualquer outro dogma voni.
Exemplificando: se quero fazer o velho entra-e-sai-entra-e-sai, consciente ou inconscientemente, com outro ser (por impulsos sexuais e não patológicos), por que devo eu conter tal impulso? Ele sabidamente nos trará prazer, nos libertará e fortificará! Não há motivo algum, a não ser mentiras starres, repetidas por P e M ou por homens inseguros de vestido que rejeitam a homossexualidade!

c) Relacionamentos fechados, agora. Se queremos a independência do ser, por que precisamos prendê-lo a uma convenção social? Não precisamos e, a menos que digamos que só é possível sentir o impulso de união (que mantemos do item "a") por um ser (e disso discordo por experiência, Druguis), não há razão que justifique a monogamia. Mesmo que o número uniões sexuais simultâneas entre seres seja limitado, o número de uniões sexuais cronologicamente distintas tem limite desprezível (se é que tem qualquer limite). Os Druguis já habituados à destruição de ideias neuróticas aceitarão mais facilmente este argumento. Para os demais, resta a objeção racional. Ficai a vontade para comentar o que quiséreis.

d) Questionemos agora se Idîn é, de fato, um impulso à união que nos leva a desejar o ibóg dos seres amados. Admitindo que Idîn engloba a união "física" (sexo, mesmo que não-genital), psíquica (através o sentimento de união) e filosófica (aproximação do ser, sob suas diversas formas), podemos sim, psicologicamente, associar o ibóg dos outros seres ao nosso, para compartilhar da mesma. Ainda podemos desejar que o outro ser seja feliz para que una-se melhor a nós, para que se expresse melhor, e assim sejamos mais felizes perto dele. Portanto, independente da origem da vontade de ver os outros seres felizes, a mesma trata-se de algo dobóg associado ao conceito comum e que, portanto, segundo nosso método de definição atual, pode ser incluída no nosso conceito de Idîn.
Todavia, no caso de tal impulso ao ibóg alheio tornar a construção de nosso próprio ibóg mais difícil, meus druguis, nosso último argumento perde seu sentido. Todos os seres buscam "ser a si mesmos", ou a realização própria, mesmo que em conjunto com outros seres ou através da projeção amorosa. Agir por querer a felicidade de outro ser não deixa de ser agir por si mesmo: seguimos nosso objetivo de trazer ibóg ao outro ser pois isso faz bem a âo. Assim, admitimos que projetar a felicidade de terceiros  acima da nossa constitui uma distorção neurótica.

e) Os demais impulsos associados a Idîn também são neuróticos: dependência do ente amado, "infindável" ou não, assim como impulso incontrolável qualquer, constituem bloqueios à nossa liberdade, uma vez que pelos mesmos sentimo-nos obrigados a agir de determinada forma ou a estar com determinado ser. Enquanto o impulso de união for verdadeiro, não haverá necessidade de qualquer sentimento de obrigação. Isso parece, para "vosso humilde narrador", bastante óbvio.

f) Quanto à vontade de proteger o ser amado, podemos utilizar dos mesmos princípios presentes no item "d". Se a proteção tal ser significar a proteção do caminho mais válido, por nós definido, até nosso ibóg, então é legítima. Mas, se constituir um medo, uma compulsão ou obsessão, que afasta-nos de nosso ibóg ou põe nossa vida em risco, trata-se de um problema filosófico/psíquico a ser resolvido, visivelmente.

-> Assim, do conceito proveniente do senso comum de Idîn que estabelecemos anteriormente, restou apenas o impulso de união a outros seres, associado ao desejo saudável pelo seu ibóg.

Nossa chegada a esta conclusão parece-me legítima, Druguis, mesmo que, ao meu videar, pareça agora repetitiva. Avaliai a mesma com a mente aberta e senti-vos livres para criticá-la, pois sereis respondidos com Idîn.

Grande abraço a todos vós,
                                             Romeu.

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